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Um olhar ampliado e interdisciplinar para os freios orais do bebê

O atendimento odontológico infantil, de forma geral, é sempre cercado de muita atenção, cuidado e amor. E, especificamente, quando se trata de avaliar os freios orais do bebê, muitas são as considerações importantes a se observar e analisar, sempre de forma interdisciplinar, oferecendo uma assistência ao binômio mãe e bebê, de forma ampliada e, claro, muito empática.


Nesse sentido, os freios orais, em especial, o freio lingual, pode causar grandes impactos na amamentação e ser o principal causador de um desmame precoce. Todos nós temos o freio lingual, embora algumas pessoas o apresentem mais fino e outras, mais espesso. Ele consiste em uma faixa de tecido que liga a língua ao assoalho da boca, também variando sua inserção a depender de cada indivíduo. Variações anatômicas, então, podem causar diversos impactos orais e até corporais, posturais. Não é só um freio curto e anterior (considerado o freio alterado clássico) que pode ser um problema, mas um freio alongado e posterior também pode causar impactos nas funções orais.


Um bebê com limitação dos movimentos da língua tende a não fazer a correta vedação na mama, apresentar engasgos, estalidos, soluços, entres tantos outros desconfortos que causam dificuldade tanto para o bebê como para a mãe e dificultam, assim, uma amamentação tranquila e eficiente. Logo, uma avaliação com profissionais capacitados se faz necessária e imprescindível. Uma assistência com consultoria de amamentação, fisioterapia (osteopata), fonoaudiologia, pediatria e odontopediatria são os pilares de um atendimento interdisciplinar e multiprofissional, para um correto e assertivo diagnóstico.


Quando se trata do diagnóstico, é necessário descartar outras possíveis causas que possam estar impactando na amamentação, como, por exemplo, torcicolo congênito, assimetrias faciais, cranianas e refluxo. Tais disfunções se relacionam com a restrição dos movimentos da língua e vice-versa. Assim, a atuação do osteopata é muito relevante para liberar tensões existentes e, em alguns casos, principalmente em freios posteriores, a intervenção cirúrgica passa a ser descartada. A anatomia e a função devem caminhar juntas e se complementam. Nesse sentido, a interdisciplinaridade é de suma relevância para que a melhor conduta seja feita.


Ajuste e manejo da amamentação, funções orais de sucção, deglutição e fala (quando já em crianças maiores) são também bem observados pela consultora em aleitamento materno e fonoaudióloga. Assim, quando se fala em freio alterado, esse olhar prévio deve ser levado em consideração, pois nem todo freio considerado alterado irá impactar na função.


A frenotomia, portanto, é o nome dado para a intervenção cirúrgica que é feita, podendo, ainda, ser realizada a frenectomia ou frenuloplastia (procedimentos mais invasivos, geralmente em crianças maiores). São procedimentos considerados simples, que podem ser feitos no consultório de forma ambulatorial e realizados sempre que for detectada a real necessidade, diante do diagnóstico inter e multiprofissional. Essa assistência profissional também deve existir no pós-cirúrgico, através do acompanhamento do processo de cicatrização e readaptação das funções normais esperadas.


O paciente, então, deve ser visto como um todo e, diante de todo esse olhar ampliado, a melhor conduta deve ser feita. Logo, é muito importante procurar profissionais especializados para uma correta avaliação da função e anatomia do freio, além do seu real impacto na amamentação, sucção, deglutição e, a posteriori, na fala.


 
 
 

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